quinta-feira, 31 de maio de 2012

Noticia sobre a greve 2...

Pessoas,
hoje pela manhã, ao chegar no Pátio do Campus, tomei um susto! Vi, um grupo de ex-alunos meus, da Enfermagem e daqui de casa, da Nutrição também, com vários cartazes e distribuindo uma nota entre os presentes que postulava entre uma postura maliciosa e uma postura de ressalva ao movimento docente, ora, em vigor.
Durante um tempo, fiquei observando e fazendo a minha leitura das reinvidicações, dos medos, dos anseios e dos comportamentos dos nossos alunos.
Pelo que pude entender, os alunos não se posicionam contra a greve até o momento em que a greve não os prejudique. Fiquei e me senti muito a vontade para falar pois todos ou quase todos, foram meus alunos e me conhecem, assim como os conheço e por diversas vezes conversei e converso com todos dentro e fora da sala.
Não creio que houve a intenção de confrontar o movimento dos docentes por parte dos alunos e sim, a intenção de externar as suas preocupações, porém, dada a inexperiência do grupo, acredito que a manifestação, não ficou muito clara e talvez, as colocações, não tenham sido bem feitas. A verdade, é que alguns professores, se sentiram desconfortáveis com algumas colocações feitas e postas em cartazes pela turma.
Ao sacar, entender e compreender o movimento que se dava, pedi a palavra e coloquei para a plenária a minha crença no grupo de alunos e na possibilidade da reinvidicação ter sido mal orientada ou mal dirigida. É bom que fique claro que o movimento docente, é um movimento nacional e a luta é por vários aspectos, inclusive o de melhorias nas condições de trabalho, o que afeta, diretamente a comunidade estudantil.
Não é confrontando o movimento local que, vamos impedir, a realidade que no momento está posta, de mobilização nacional e crescente por uma luta antiga do movimento docente.
Na minha humilde opinião, coloquei toda resistência, na conta da inexperiência dos alunos, no trato com essa situação nova e delicada.
Se a última greve que as Federais enfrentou foi em 2004 (quando eu era prof. substituto do curso de Ciência da Computação na UFBA), isso quer dizer que muitos (na verdade, todos) alunos, estão enfrentando essa situação pela primeira vez na sua breve vida estudantil. Como boa parte dos professores deste campus também são novos, boa parte deles, també, enfrentam essa situação pela primeira vez (inclusive eu, como efetivo, uma vez que venho da iniciativa privada).
E quando enfrentamos o novo, sempre temos, nossos medos e receios, isso é uma verdade!
Mas, a vida, companheiros, nos reserva, sempre, algumas surpresas. Na década de 90, enquanto aluno, nunca me liguei na greve dos professores e cheguei a perder um semestre por conta da greve de 94 que durou seis meses. Mas, hoje, como docente, vejo que se aquele movimento lá atrás, tivesse saído vitorioso, minhas condições profissionais hoje, estariam melhores e estando melhores para mim, com certeza, estariam também, para meus alunos.
Não vou me alongar mais nesse discurso, mas deixo uma reflexão para todos: vamos tentar ver esse movimento como um movimento que reinvidica não só o aumento de salários dos docentes (o que por si só, é justissímo), mas também a reestruturação do plano de cargos e melhoria nas condições de trabalho.
É preciso deixar claro que nenhum professor está contra aluno algum e olha que eu sou testemunha da preocupação que muitos professores tem com seus alunos e seus trabalhos.
Os alunos podem aderir ou não à greve, mas qualquer que seja a postura frente ao movimento, é melhor, refletir, pensar e deliberar sobre as ações, de forma a contribuir e engrandecer o movimento e voltando todo seu potencial para o segmento governante que tem o poder de negociar e fornecer as condições para que juntos, professores, funcionários e alunos, possam construir cada vez mais, uma Universidade melhor.

By @mistersampa.

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